Estar sozinho pode ser algo bom, sentido intensamente no encontro consigo próprio, com as suas ideias e ideais, emoções, o EU num todo. Podemos estar sós mas não sentir solidão, da mesma forma que podemos estar no meio de uma multidão e sentir solidão. Somos seres que nasceram para viver e conviver em sociedade, assim, existem 4 razões para que a solidão seja tão temida:
1 – Dependência emocional – Existe quem não consiga ficar sozinho, logo após o término de uma história, começam outro livro. Havendo muitas vezes a crença errónea de que sem outra pessoa não sente segurança.
2 – Pressão cultural – A sociedade pressiona, principalmente as mulheres, para que tenham uma relação. A família, amigos ou simples desconhecidos cobram mesmo que inconscientemente a existência de uma companhia amorosa.
3 – Idade – Impelidos por um espírito de última oportunidade, com medo de ficarem solteiros para sempre, a idade é um factor chave para que entrem em relações frequentemente desfavoráveis, diminuindo até os critérios e exigências que antes eram inquebráveis.
4 – Fuga de si próprio – Ter com quem partilhar momentos mas também silêncios que podem tornar-se ensurdecedores, é uma boa forma de não enfrentar fragilidades, não se defrontando consigo e com algum vazio interno.
Convém também analisar a palavra que vem antes “de ficar sozinhos”, MEDO! Esta pequena palavra de quatro letras, é algo tão grandioso na nossa vida, que impossibilita tanta coisa e impele a fazer outras tantas. Está sempre presente e quando vem em abundância gera mesmo crises de ansiedade ou ataques de pânico que transformam a vida de quem os vive num verdadeiro terror. Encarar medos, entendendo e enfrentando os seus monstros internos, com força, garra e coragem, faz com que se tornem mais pequenos e sejam visualizadas realidades que não eram vistas pelo bloqueio que o medo impunha.
Que verdade absoluta deve ser destruída, para dar forma a algo mais realista? Crenças limitadoras impedem-no de avançar e alcançar os objectivos que estão tantas vezes tão bem delineados no consciente, mas que “algo” puxa para que não se realizem. Arrisque conhecer-se mais e melhor, de forma a que o egoísmo tenha a configuração de auto-estima e amor-próprio. Vivendo para dentro e não para fora, respeitando os demais, mas não vivendo em função da necessidade constante do outro na sua vida de forma a tapar algum “gap”. Todas as mudanças (prefiro a palavra evolução), necessitam acima de tudo que tome uma decisão. É hoje?
Artigo publicado em formato papel na revista NOVA GENTE